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Paradoxo da Experiência

Olá! Como é que estão? O que me traz a escrever-vos é algo com que me deparo desde que entrei no mercado de trabalho, e acho que todos os da minha geração se vão identificar. Ora bem, eu ainda sou da altura em que, para começar a trabalhar, uma pessoa só precisava de duas mãos funcionais, dois dedos de testa, mostrar-se pronta para trabalhar e igualmente pronta para aprender um ofício.  Agora não! Pedem carta de condução, transporte próprio, e 2 ou 5 anos de experiência na área!  Vejam bem: para tirar a carta e ter carro próprio, é preciso dinheiro. Para ganhar dinheiro, é preciso trabalhar. Para trabalhar, tem de se ter experiência. Mas para se ganhar experiência, é necessário trabalhar. Portanto, meteram-nos num ciclo vicioso de onde é impossível sair. Eu conheço pessoas com mestrados e doutoramentos que estão a trabalhar em restaurantes ou armazéns porque ninguém lhes quis dar trabalho porque não tinham experiência. Mas pois claro que não, acabaram de sair da escola! Atenção, eu não

Cuidado com a balança Self-Service no Supermercado!

 Olá, olá! Depois de uma longa ausência! Peço desde já desculpa pelo título demasiado longo, mas não arranjei maneira melhor de resumir esta mensagem, diria eu, URGENTE que vos trago hoje. Se fosse apenas uma história parva, nem me dava ao trabalho de a expor ao mundo, mas visto o assunto que é, queria trazer-vos a situação que aconteceu comigo hoje no supermercado. Antes de chegar ao cerne da questão, deixem-me contextualizar: Estava eu muito bem a fazer as minhas compras semanais, logo depois de almoço que é quando o supermercado está praticamente deserto, e quando chegou a altura de ir para a caixa, passei pela balança que está nas caixas rápidas para pesar os frescos que levava. Isto porquê? Porque já me aconteceu mais que uma vez @ senhor@ da caixa pesar o produto que eu levo e haver toda uma panóplia de problemas, ou porque não sabe se é banana continente ou banana da madeira, ou porque não sabe qual é o código, enfim, resumindo: uma coisa que levaria cinco ou dez minutos, acaba

Ser Tradutora

Provavelmente já não se lembram, mas há uns bons tempos, quando comecei o blogue, falei sobre ser escritora e sobre todo o processo de escrever e publicar um livro, porque passei pela experiência e queria deixá-la para a posteridade. No entanto, sempre achei que não tinha o que era preciso. Sempre achei que me faltava alguma coisa, talvez alguns bons anos em cima antes de poder escrever alguma coisa que conseguisse encantar as pessoas ao ponto de devorarem os meus livros, como acontece com vários outros autores fantásticos, que também demoraram anos até acertarem na lotaria que é conseguir escrever um bestseller. Porque escrever é isso mesmo: jogar uma lotaria. Mas uma coisa eu sabia: que queria pertencer ao ramo da escrita. Qualquer coisa que envolvesse trazer novas histórias ao mundo. Podia ir para o design, mas para desenhar, eu não presto. Mesmo. Também há o ramo comercial, que também é importante, mas já tive essa experiência e também não sirvo para isso. Falar com pessoas deixa-m

Trabalhar Numa Fábrica

Sabem o que é estranho? As pessoas virem trabalhar para uma fábrica por acharem que se ganha bem. E, em parte, é verdade: se se fizer várias horas extraordinárias, que na parte que me toca, já tive a minha quota de trabalhar mais que 8 horas por dia, então sim, consegue-se tirar 900€ ou até 1000€ por mês (isto se a empresa for pontual e honesta nos pagamentos, o que nem sempre acontece). Todavia, sai-nos bem do corpo, deixamos de ter vida pessoal, andamos tipo zombies sem ter forças para mais nada, para no fim nos darem o mesmo valor, que é nenhum. Para não falar que trabalhar numa fábrica é um completo inferno, principalmente para alguém prefecionista, como é o meu caso. Numa fábrica, interessa apenas que esteja feito, como está feito não importa. E isso corrói-me por dentro! Mas o trabalho não é o pior. Sim, é repetitivo, não tem nem metade da adrenalina ou desafio de - por exemplo - servir a um balcão ou à mesa, em que cada pessoa pede uma coisa diferente e têm todas que ser atendi

Escolher o Nosso Caminho Espiritual

Sempre me considerei o que os Católicos chamam de "herege", "descrente", uma ateia, ou ateu, nunca soube muito bem como se diz. Para eles sou uma descrente, porque não acredito no Deus que eles seguem tão cegamente. Eu sigo um caminho diferente, uma das religiões mais antigas do mundo, a qual ainda estou a aprender, e religião essa que deu origem ao Cristianismo e aos seus costumes, não foi apenas o suposto nascimento do messias. Sigo o mesmo caminho que as minhas irmãs que foram perseguidas e queimadas vivas sem clemência, e que os meus irmãos que foram caçados e torturados até à morte, chacinados sem dó nem piedade, sem nem terem hipótese de explicar o que realmente faziam. Já perceberam do que falo, não é?   Eu sigo o caminho que os Pagãos, os Celtas e os Wiccas deixaram, que ficou esquecido mas que está a voltar em força.  Não acreditamos que um Deus-Todo-Poderoso tenha criado todas as maravilhas da natureza, acreditamos que a própria Natureza e os seus 5 elemen

Pequenos Momentos

É estranho, não é? Quando entramos no mundo do trabalho, e deixamos de ter tempo para as coisas que costumávamos fazer, aí é que começamos a dar valor aos pequenos momentos, que antes nem sequer notávamos o quão valiosos são. Dar uma volta de carro sem ter que estar sempre a olhar para as horas. Escrever sem a pressão da passagem do tempo. Um cigarro fumado com calma numa esplanada. Um café bebido numa chávena de louça, ao invés de num copo de plástico. Uma tarde de domingo, a ver um filme e a comer pipocas com a familia, todos enroscados no sofá. Uma manhã de brincadeira ao sol com o nosso animal de estimação. Uma ida às compras com os irmãos mais novos. Um bom livro lido pela noite dentro, acompanhado com um copo de um excelente vinho. Ligar a música aos altos berros e fazer uma festa de uma pessoa só e dançar até as pernas doerem. Envolvermo-nos numa experiência culinária qualquer, apenas porque temos tempo e apetece-nos uma coisa diferente para o almoço. Provavelmente, os momentos

O Meu Corpo. A Minha Vida. A Minha Escolha.

Eu sei, eu sei, não venho há algum tempo. Queria começar por desejar um novo ano abençoado a todos os meus leitores e às suas famílias.  Agora que despachámos isso, vamos ao conteúdo que trago hoje. Este texto já está pensado há algum tempo, mas só agora tive tempo de o formular propriamente.  Sempre que venho passar uma temporada na casa do meu pai, a minha madrasta insiste sempre no mesmo assunto: que com a aproximação dos meus 25 anos, já começa a chegar a hora de arranjar um "maridinho". Não a culpo, foi com essa noção que ela cresceu, é só isso que ela conhece, mas visto que supostamente sou eu que "tenho" que arranjar um "maridinho", pensar em ter os meus próprios filhos e tudo mais, a decisão de quando "chega a altura" não devia ser minha? A decisão de arranjar alguém com quem passar o resto da vida e de constituir família não devia pertencer apenas e só a mim? Pelo menos, é isso que eu acho. Isto não é só com a minha madrasta, passa-se em