Criticas

Ao longo da vida, vamos sempre lidar com gente que não gosta de nós, nem do que fazemos, ou então gosta mas tem inveja e quer sempre deitar-nos abaixo, e para isso usa e abusa do espirito critico com que foi abençoado à nascença, sem ter o mínimo tento na língua, criticando destrutivamente e julgando sem sequer saber metade da história.
 
Porque é que venho falar disto hoje? Há já alguns dias que me andam a melgar o juízo, por causa da maneira como eu escrevo. Dizem que não sei aceitar criticas, que não tenho talento para escrever, que o que escrevo não tem o mínimo nexo, não faz o menor sentido, que não sei nada sobre literatura.
 
Isto até pode ser tudo verdade, e sou mulher para o admitir, ainda tenho um longo caminho a percorrer, muito a aprender, tenho a perfeita noção disso. Eu própria leio o que escrevo e não gosto do que leio, por isso é que criei este blogue, para deixar outras pessoas, completamente estranhas para mim, decidirem se eu escrevo bem ou não, porque um estranho, ao contrário de um amigo, não vai poupar-se a palavras para dizer se gostou ou não e porquê. Mas há umas quantas coisas nessas vossas tão aclamadas críticas que eu tenho que corrigir:
 
Disseram-me que não sei aceitar criticas… Meus senhores, tudo o que eu tenho feito a minha vida toda é aceitar críticas. Tudo o que tenho ouvido a minha vida toda são criticas. Melhor ainda, ouvi dizer mal de mim e do que faço ou estou a tentar fazer, porque 'criticar' já ninguém sabe o que é. Para mim, na minha simples e humilde perspetiva de escritora em ascensão, que como já ouvi por aí, é estúpida e só escreve porcaria, criticar alguém ou o trabalho de alguém é fazer uma critica construtiva. Se calhar estou a usar palavras demasiado caras para os que dizem ser estudantes de literatura, por isso eu vou reformular: para mim, criticar alguém é elogiar o que está bem, mas apontar ainda com mais afinco o que está mal, mas não é apontar as falhas com o objetivo de insultar a pessoa que se entregou de corpo e alma ao trabalho. Apontar as falhas é fazer a pessoa perceber o que está mal, e dar-lhe a chave para conseguir melhorar esses pontos fracos, por assim dizer. Isso é o mais difícil de fazer, porque insultar, falar mal, deitar abaixo, isso qualquer um consegue fazer, tenha curso ou não. O que quase ninguém, ou mesmo ninguém, consegue fazer é dar uma ajuda, mostrar um caminho, ensinar, corrigir, ajudar na evolução, mostrar uma luz, se assim lhe quiserem chamar. Para isso, meus caros senhores, é preciso ter as bolas no sitio.
 
Agora por falar nisso, gostava de corrigir uma outra coisa nessas vossas tão queridas criticas, que de criticas não têm nada. Disseram-me que não sei nada de literatura. Em parte, admito que têm razão: recursos estilísticos e gramática nunca foram o meu forte. Nunca precisei de os saber, escrevo de coração e por instinto, basta-me ler para saber que está certo assim. Mas não saber absolutamente nada sobre literatura, aí já estão a ir um bocadinho longe de mais. Eis o porquê: supostamente, num curso de literatura aprende-se estilos literários, ou seja, entram em contacto com vários nomes e várias joias da literatura portuguesa, pelo menos, correto?
Sendo assim, façamos um jogo: irei citar alguns dos nomes da literatura portuguesa, e desafio-vos a dizerem-me nos comentários se conhecem, já ouviram falar ou já leram algum. Vamos começar então:
Ramalho Ortigão
Eça de Queirós
José Saramago
Rosa Lobato de Faria
Alexandre Herculano
Camilo de Oliveira
Augusto Gil
Cesário Verde
Fernando Pessoa
Luís Vaz de Camões
 
E ainda há outros tantos dos quais não me lembro do nome, mas estes autores posso garantir que li pelo menos um livro de cada um. Até posso apostar que maior parte de vós só conhece cinco autores dos que apresentei: Luis de Camões, Fernando Pessoa, Cesário Verde, José Saramago e Eça de Queirós. Isto porquê? Porque são os autores que fazem parte do programa de língua portuguesa do ensino secundário.
E posso quase garantir que quase ninguém conhece os outros que citei, pois não? Se conhecerem, digam por favor que livros leram, ou como é que entraram em contacto com algumas destas joias da língua portuguesa.
 
Mas deixando isto para trás e continuando o tópico, há uma coisa que me disseram nessas tão ditas criticas, que por acaso eu concordei: um escritor não se faz de um dia para o outro, faz-se com o tempo, com a experiência e com a prática. Concordo plenamente, o Dan Brown levou 15 anos até acertar num assunto que vendesse livros, a J.K. Rowling percorreu 6 editoras até conseguir publicar o primeiro livro da série do Harry Potter, acho que a Stephanie Meyer conseguiu à primeira, porque teve sorte, acertou e não teve que andar às apalpadelas, penso que a P.C. Cast também não demorou assim tanto tempo.
Repararam nas palavras que eu disse? Eu disse: tempo, prática, experiência, sorte. Em lado nenhum viram as palavras "curso de literatura" ou "curso de escrita criativa", pois não? Porque para ser escritor, não é preciso um diploma pregado à parede.
Para ser escritor, é preciso bom arcaboiço para aguentar os criticismos e os insultos, costas largas para aguentar as facadas e as chicotadas, uma boa cabeça para saber organizar ideias, olhos atentos para tirar ideias de tudo o que se passa em redor, e mais importante, é preciso acordar e ter a necessidade de escrever. Isso, é um escritor. O resto vem com o tempo: há problemas de coerência? A gramática não é a melhor? O estilo podia ser trabalhado?
 
Digam-me, pelo amor de Deus, digam-me, de uma vez, se têm coragem, o que é que há de mal naquilo que eu escrevo, porque é que há pessoas que se limitam a dizer mal sem sequer se esforçarem para instruir. Volto a dizer: insultar toda a gente sabe, e enquanto não passarem de pessoas más e mesquinhas, então não quero que leiam o que escrevo. Não preciso de mais ninguém que me deite abaixo, principalmente porque nunca vão conseguir, não é com insultos infantis que lá chegam. O que eu preciso é de alguém com as bolas no sitio, peito feito e barba grossa que chegue aqui e saiba dizer-me, objetivamente e com todas as letras, o que é que está mal e o que é que eu posso fazer para melhorar. Porque eu quero escrever, eu quero evoluir, mas se tudo o que sabem fazer é insultar-me, em vez de me criticar, então não vos quero aqui. Podem ir insultar outro, e quando aprenderem a fazer uma critica construtiva, estarei aqui de braços abertos, pronta para ouvir...


Comentários

  1. Olá olá!! Acredito que querias dizer Cesário Verde*, se não então erro meu ahah
    Criticar os outros é fácil, agora fazer melhor que eles....é outro conto e quinhetos...Enfim, gente fraca de cabeça.
    Continua a escrever assim e c*ga nos outros.
    Cumprimentos e larguras xD

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    Respostas
    1. Ora viva, sr. Renato 😁 sim, era mesmo Cesário que eu queria dizer. Pequeno lapso, e também eu escrevi este texto com a cabeça quente, não estava a prestar atenção ao que estava a fazer.
      Não te preocupes. É exatamente isso que pretendo fazer

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