Novas experiências

Não há nada mais aterrador nesta vida do que experiências novas, o desconhecido. O primeiro beijo, a primeira vez que fizemos amor, o primeiro dia de aulas numa escola nova, onde não se conhece ninguém, a primeira vez que se conduz um carro, e a lista poderia continuar infinitamente, pois é a vida de cada um que dita o que ele vai experienciar a seguir.
 
Acho que posso dizer que seria muito mais fácil se essas novas coisas na nossa vida pudessem ser evitadas, mas também posso dizer que seria muito, mas muito, mais aborrecido.
 
E porque é que estou a dizer isto? Como já mencionei aqui muitas vezes, comecei a tirar a carta de condução em Agosto deste ano, e na quinta-feira, dia 11 de outubro, decidi que já estava na hora de tentar ir para a estrada e perder o medo do desconhecido. E assim fiz, marquei a minha primeira aula de condução, que foi ontem, sexta-feira, dia 12 de outubro. Nunca mais me hei de esquecer desse dia… Principalmente porque correu tudo mal!
 
Primeiro, antes de ir para a escola de condução passei pelo meu banco para ter dinheiro comigo, não fosse o diabo tecê-las. Logo aí, a coisa começou a dar para o torto!
Por opção minha, não tenho cartão multibanco, então todos os movimentos bancários faço-os à moda antiga: com a caderneta. Assim que meti a caderneta, tive que me começar a chatear, porque a máquina dizia-me na cara, a desavergonhada, que a minha caderneta estava ilegível. Mas lá me consegui desenrascar.
 
Depois disso tratado, lá atravessei a rua e fui para a minha escola de condução, para esperar pelo meu instrutor.
Quando ele finalmente chegou e assinou o que tinha que assinar, lá fomos para o parque de estacionamento onde ele tinha o belo BMW branco, no qual dá as aulas, guardado. Ora, o parque de estacionamento é um subterrâneo, e atrás de nós vinham mais dois marmanjos para, também, ter aula de condução, mas com outro instrutor. Tentando manter o passo rápido para não atrasar nem o meu instrutor, que ia à minha frente, nem os outros dois, que iam atrás de mim, vai-se lá saber como ou porquê, o meu pé decidiu que era muito mais giro patinar escada abaixo, então assim foi. Sem qualquer tipo de aviso prévio, o meu pé escorregou em não-sei-o-quê e eu caí quatro escadas, incrivelmente sem magoar nem partir nada, mas ainda tenho as marcas que a escada e as mãos do rapaz que me tentou ajudar me fizeram. Mas, enfim, mais uma vez, lá me desenvincilhei.
 
O que aconteceu a seguir não é nada de novo, entrei no carro com o instrutor e fomos procurar um sitio sossegado, onde não passasse ninguém, para não haver perigo de eu chocar com alguém ou coisa parecida, e começámos a aula com a seca que é normal: como funcionam as mudanças, os pedais, os espelhos, o painel de controlo, e tudo por aí fora.
Por incrível que pareça, e parece que é um dom raro na primeira vez, não deixei o carro ir abaixo uma única vez, e só por isso sinto-me orgulhosa. Mas o resto da aula podia ter ido dar uma volta!
 
Eu vou resumir mais ou menos: basicamente, nós fomos para uma estrada de campo. As estradas de campo têm canas nas bermas, ou seja, as canas têm que ser cortadas, ou tornam-se uma praga enorme e deixamos de ver a estrada. E cortaram-nas! Mas deixaram a porra dos detritos e restos mortais espalhados pela estrada. Resumindo: estive a aula inteira a tentar resolver o enigma de, ou ia para o meio da estrada, ou ia pela berma e pisava as canas.
Não sei como é que fizeram aquilo, mas as poucas canas que pisei conseguiram rasgar o pneu de trás, e a aula terminou ali.
 
Resumo do dia: no espaço de uma hora e meia, ia ficando sem dinheiro, quase que me parti em duas e dei cabo de um carro que eu nunca vou conseguir pagar para mim mesma! Mas, hey! Ainda aqui estou! How's that for new experiences?!
 
 
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Esta foi a minha mensagem de hoje. Espero que tenham gostado. Contem-me como foi a primeira vez que viveram alguma coisa, e que coisa foi essa.
 
Beijinhos e até ao próximo tema!!!
 
 


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