Sobre toda esta confusão...
Ora bem, em tentativa de acompanhar todos os meus colegas cronistas e bloggers, ou aspirantes a tal, decidi também expressar o meu ponto de vista e pouco conhecimento sobre toda esta pandemia que assolou o nosso país nas últimas semanas.
Portanto, vamos por partes. Primeiro, quando apareceu o vírus na China, e apareciam alertas em todo o lado que o vírus se estava a propagar, e que Portugal devia desde já tomar medidas de contingência, sendo a primeira NÃO SAIR DO PAÍS, e tudo por aí adiante que se deu desde os primeiros casos, ninguém fez caso, e ainda fizeram questão de se meterem no primeiro avião/navio que viram e irem para um país qualquer, e vieram infetados para Portugal, e ainda alguns não ficaram de quarentena em casa quando lhes foi dito que seria necessário, senão fundamental. Começou logo aqui…
Depois, quando começou a haver casos aqui em Portugal e quando o nosso governo se apercebeu que a coisa estava a ficar fora de controlo, mandou fechar as escolas nos concelhos em que surgiram os casos e indicou às pessoas que deviam ficar de quarentena em casa e só sair se fosse mesmo necessário, e enquanto fosse necessário. O que é que o pessoal fez? Foi tudo para a praia! Porque o que se quer mais durante uma pandemia é aglomerados de gente numa praia!
A cereja no topo do bolo vi eu hoje, numa ida às compras, pensava eu, normal. Vou começar por levantar o véu acerca da minha pessoa e vou dizer que sou e vivo no cartaxo. É uma cidade relativamente pequena, pelo que nunca pensei que o disparate que eu via nas noticias e nas redes sociais sobre supermercados ficarem completamente vazio aconteceria aqui… E nem eu sabia o quão enganada estava. O que me leva a outra mensagem do governo, transmitida ontem à noite através do Primeiro Ministro, em que este diz, e passo a citar, "é necessário manter a calma. Não é necessário nenhuma correria aos supermercados, porque não há quaisquer sinais para uma eventual rutura de stock". Eu acho que as pessoas não sabem o que quer dizer "não há sinais de uma eventual rutura de stock", mas eu passo a explicar: quer dizer que não precisam de serem egoístas e só pensarem no vosso umbigo e usurparem todo o álcool, papel higiénico e lenços que encontraram pela frente!
Juro-vos, eu fiquei estúpida e de queixo caído quando eu e a minha mãe pensámos "bem, ainda temos álcool, mas, só pelo sim pelo não, vamos comprar mais uma garrafa" e quando chegámos à prateleira onde era suposto estarem dezenas de garrafas de álcool e tudo o que vimos foi etiquetas azuis com a inscrição "artigo temporariamente indisponível" lá estampada!
Esperem que ainda há mais! Esquecemos um bocado o assunto do álcool, até porque como ainda temos, é esperar que volte a aparecer e comprar outra, só para prevenir. Depois, a minha mãe sofre de renite alérgica. Como tal, uma das coisas que nunca pode faltar cá em casa são lenços de papel. E tal não é a minha surpresa que também os lenços foram surripiados sem dó nem piedade!
Começámos a achar ausências a mais, mas ainda conseguimos uma embalagem de guardanapos e alguns pacotinhos de lenços que foram deixados abandonados por alguma razão.
Continuámos as compras e pensámos e começar já a abastecermo-nos de ingredientes para sopa - costumamos fazer uma panela de sopa por semana - e só compramos, no que toca às batatas, normalmente, 3 ou 4 batatas, porque não é preciso mais, sai mais barato e não se estragam. E mais uma vez constatámos que não havia uma única batata.
Agora eu digo: não dá vontade de bater nesta gente? Primeiro nem querem saber, estão-se pouco "a cagar" para as medidas de contingência, e agora uma pessoa vai às compras e não traz bens essenciais porque as pessoas são pura e simplesmente estúpidas!
O que se devia fazer agora era racionar o número de artigos que cada pessoa pode levar, como se faz aos animais. Os animais é que têm que ter a comida racionada, porque não se lembram se já comeram ou não, e comem sempre que lhes for oferecida comida. Pensava que vivia entre pessoas, com bom senso, mas se calhar vivo no meio de manadas de vacas e bois e varas de porcos, e correm em debandada quando veem comida cair nos comedouros…
Sinceramente não vos percebo…
Boa tarde amiga :)
ResponderEliminarInfelizmente isto é uma situação que está a acontecer por todo o lado e as pessoas também só pensam nelas próprias, e devo que dizer, que passei por uma situação semelhante á tua.
Eu neste momento vivo numa zona que, apesar de não ser uma zona "isolada", tem muito menos pessoas do que por exemplo, Lisboa (e arredores), Porto, ou qualquer outra grande cidade. Para além disso, tenho um Pingo Doce, Jumbo, Continente e Audi tudo num raio de mais ou menos meio km. Como já sabia que isto ia ficar um caos, e de modo a evitar montes de pessoas, decidi ir ao Pingo Doce ás 8! da manhã esta Sexta para conseguir comprar algumas coisas que eu tinha em falta, e devo dizer....fiquei parvo.
Queria comprar fruta, e apesar de ter conseguido comprar maças sem problemas, outras frutas como pêras ou bananas estavam esgotadas ou sobravam apenas algumas. Queria comprar cebolas e alhos....e não havia nada..... Queria comprar salsichas, voou tudo (felizmente ainda havia algumas latas de atum). Queria comprar farinha caso me apetece-se fazer pão em casa, só existiam 4 pacotes á venda! (normalmente vejo esta secção super cheia). Papel higiénico, alcool, etc é a história que se sabe em todo o lado... Eu que tenho por preferência por leite sem lactose, tive que me sujeitar a leite "normal" porque o sem lactose estava esgotado para todas as marcas. Felizmente, não tive problemas com outras coisas (cereais, iogurtes, ou massas por exemplo).
Tentei ir ao talho.... e foi para esquecer. Nunca imaginei que ás 8h da manhã estivessem mais de 50!!!! pessoas na fila. O cumulo foi eu ver uma senhora a ser atendida, e a primeira coisa que ela pede são logo 15 frangos.... parece que vai alimentar um exercito. Logo ali desisti de comprar carne. Infelizmente, não tenho muita em casa (para ser honesto, tenho apenas 2 hambúrgueres e 2 bifes de momento), mas estar ali á espera sei lá quanto tempo não valia a pena.... provavelmente com a ganancia das pessoas chegava a minha vez e já não haveria carne.
Para concluir, se por outro um lado temos um grupo de pessoas que não leva isto a sério (e a meu ver deviam levar um castigo bem severo), existe outro grupo de pessoas que são controladas pelo pânico, egoísmo e ganancia. Se as pessoas tivessem dois dedos de testa provavelmente isto do virus passava rápido e sem grandes percalços, mas duvido que tal aconteça... E acredita, isto tudo faz-me desejar que o virus fosse bem mais perigoso do que ele já é, porque de facto é nestas alturas que o ser humano mostra que (na maioria dos casos) não vale nada e não faz cá falta :/
Concordo! Essa sempre foi a minha opinião, e a cada dia fico mais convicta que devíamos desaparecer. Qualquer ser vivo neste planeta se une a outros em tempos de crise, o ser humano é o único que regride até ao homem das cavernas quando a coisa aperta. E a questão é que o caso não está assim tão negro, e estaria ainda menos se, como tu dizes, as pessoas tivessem 2 dedos de testa. Ainda hoje vi um senhor no supermercado, e levava 10 frascos grandes de tofina! portanto, a mesmo que tenha um pequeno estabelecimento clandestino em casa, não sei para que quer tanto café!
EliminarEnfim, é isto, ainda não encontrei álcool, mas vejo que a situação está mais ou menos a estabilizar, pouco a pouco
Não sei se pode servir de ajuda ou não, mas disseste que ainda tinhas um frasco de álcool. Em principio, a concentração do álcool que tu tens deve ser 96%. O que podes fazer para "aumentar" a quantidade álcool que tu tens é colocar água (limpa claro, por exemplo de garrafa) e reduzir a sua concentração para 70% (podes usar uma regra de 3 simples para saber quanto deves adicionar). Pode parecer que estás a reduzir a eficácia do álcool, mas até acaba por ter um efeito oposto. Estando a 96% ou a 70%, o álcool cumpre a sua função (desinfectar), mas estando a 70% o efeito é mais duradouro porque a água não evapora tão rápido quanto o álcool. Espero que ajude :)
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