Misbehavior - Mulheres ao Poder - Review

Titulo: Mulheres ao Poder

Titulo original: Misbehavior

Ano de lançamento: 2020

Faixa etária: M/12

Duração: 1h46

Género: Comédia, Drama, História

Dirigido por: Philippa Lowthorpe

Escrito por: Rebecca Fravn e Gaby Chiappe

Estrelas: Keira Knightley, Gugu Mbatha-Raw, Jessie Buckley

Sinopse: Um grupo de mulheres traça um plano para interromper o concurso de beleza Miss Mundo de 1970 em Londres.

Opinião: Há algum tempo que eu não faço rúbricas destas, não é? Para ser sincera, não se tem visto muitos filmes cá em casa, só há pouco tempo é que decidimos voltar à carga e ver todos os que temos em atraso.

Ora bem, quanto a esta obra prima que vos trago hoje. Para começar, acho que quem ainda não viu o filme, por achar que não lhe vai interessar, ou porque nem sequer reparou que o filme saiu, aconselho vivamente a verem-no, não só as mulheres que estão a ler isto, mas também os homens, para perceberem a história que está por trás desta coisa de procurar direitos iguais, porque tenho a sensação que nem toda a gente a sabe. Nem eu sabia alguns pormenores.

Este filme é uma história verídica sobre um grupo de mulheres que decidiu dizer "CHEGA!" à objetificação feminina e à supremacia masculina. Começa com a história de uma mulher chamada Sally, que quer entrar na Universidade de Londres, mas é subvalorizada por ser mulher, divorciada, mãe e estar num segundo relacionamento. Não sei se sabem, mas vivia-se uma época em que uma mulher divorciada não era nada, aliás, era menos que nada.

Adiante, ela acaba por entrar na faculdade, contra todas as probabilidades, mas é desvalorizada e não recebe o mesmo mérito ou atenção que os seus colegas do sexo oposto. Ela acaba por se fartar de tentar e é aqui que conhece uma mulher chamada Jo, uma revolucionária, uma comuna, que luta pela libertação feminina, e é graças a Sally que consegue que a sua mensagem seja ouvido em todo o mundo.

Em suma, acho que é um filme que deve ser visto, porque é uma luta que ainda hoje, 51 anos depois, continua. Os problemas de há 51 anos atrás ainda continuam cá, estão apenas mais atenuados. Ou disfarçados... acho que é essa a palavra correta. 

É pela luta destas mulheres e de outras tantas antes delas que eu faço questão de usar todos os direitos que tenho hoje, em pleno: estudar, votar em quem eu bem entender, conduzir, decidir se caso ou não, decidir se tenho filhos ou não, fumar, beber, vestir o que me der na real gana, e muitos outros que hoje tomamos como garantidos. Faço-o todos os dias porque sou eu que decido, é o meu corpo, a minha consciência, as minhas decisões. Faço-o por respeito a mim mesma, às mulheres que vieram antes de mim e que lutaram para que eu tivesse esses direitos, e por empatia com as mulheres que ainda hoje veem os seus direitos serem roubados e que não podem fazer nada. É por mim e por elas que o faço. E acho sinceramente que toda a mulher, principalmente, que ler isto deve começar seriamente a pensar nas suas ações.

Sempre que pensarem que não vos apetece ir votar, pensem melhor; pensem nas centenas, ou milhares, de mulheres que foram presas, torturadas e mortas para que vocês, hoje, tivessem o direito - e o dever - de votar e decidir quem querem que vos governe.

Sempre que pensarem em recusar alguma coisa que é um direito vosso, conseguido com muito sangue, suor e lágrimas, pensem um bocado. 

Não sei quanto a vocês, mas eu acredito na união feminina, e recuso-me a desonrar todas as irmãs que viveram antes de mim ao recusar ou negar os direitos que elas conseguiram para mim.

É tudo o que tenho a dizer. Vejam o filme. Vão perceber tudo.

Um abraço. E bem aja.




Comentários

Mensagens populares deste blogue

Paradoxo da Experiência

Ser Tradutora

A rapariga no comboio – Critica e Review